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Diretor da Precisa fica em silêncio na CPI

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Na última semana, tivemos muitas atualizações na CPI da Covid que movimentaram a semana.

Após ser chamado de prevaricador pelo presidente da CPI da Covid por ter tido acesso ao celular do lobista da Precisa, o ministro Wagner Rosário da CGU (Controladoria Geral da União), depôs nesta terça-feira (21).

Durante seu relato, Rosário informou que, para a CGU, não houve subpreço no valor das vacinas, porque o valor acordado era o mesmo que constava no site da empresa, o que ele acredita ser o mesmo valor utilizado na venda para outros países.

Foto: Roque de Sá / Agência Senado

O ministro ainda ressaltou que, os únicos erros que identificaram no contrato, foram alguns trechos escritos em inglês. O relato de Wagner, gerou estranheza entre os senadores, que criticaram duramente a postura da CGU, por utilizar valores do site como base de análise, mesmo a comissão tendo identificado que os valores eram muito mais altos do que dos outros contratos de vacina e que o processo de concretização foi atipicamente mais rápido do que os demais, principalmente para uma vacina ainda não autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Senadores ainda questionaram o motivo de Rosário não interferir nas negociações, mesmo sabendo dos trechos em inglês nos termos contratuais.

Após fala da senadora Simone Tebet, o depoente ainda cometeu ato de machismo, ao chamá-la de descontrolada, o que elevou os ânimos da sessão, com a intervenção de outros senadores, que não admitiram o ato. Em suas redes sociais, Rosário pediu desculpas a senadora e as mulheres que se sentiram ofendidas, dando a culpa ao “calor do momento”.

Com recebimento de dossiê de médicos e ex-médicos da Prevent Sênior, com denúncias de ocultação de óbitos e estudos irregulares, na quarta (22), a comissão recebeu o diretor do plano de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior. Durante a sessão, o diretor foi questionado sobre os casos de ocultação de óbitos e a disseminação da hidroxicloroquina nos receituários médicos, parte de um acordo entre a prestadora e o governo Bolsonaro. Júnior negou as acusações e informou que dois funcionários manipularam o sistema do plano para os prejudicar e que os estudos eram regulares, mesmo sem autorização dos órgãos competentes.

Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

Parte do dossiê demostrava que, médicos e pacientes eram assediados para aceitar o tratamento com o chamado “kit Covid”, sem eficácia comprovada. Foi relatado o caso de uma paciente que, após ser diagnosticada com coronavírus e não aceitar o kit ineficaz, recebeu contato da Prevent, orientando a mesma a aceitar o tratamento, informando que, caso ocorresse piora em seu estado de saúde, somente a intubação poderia ajudar. Um visível caso de assédio por parte do plano de saúde

Foto: Pedro França / Agência Senado

Na quinta (23), foi ouvido o diretor da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, que solicitou o direito ao silêncio ao STF.

Quando foi questionado sobre o lobista e ex-diretor Marconny Albernaz, Danilo informou que o viu poucas vezes e que o mesmo nunca chegou a ser contratado pela Precisa. No caso de Roberto Dias, o diretor da Precisa disse que o conhece, já que teve reunião oficial junto ao Ministério da Saúde, mas que ambos não possuem relações sociais, nas demais perguntas o depoente permaneceu calado. Ao ser questionado sobre Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e sua família, inicialmente ele permaneceu em silêncio, o que gerou o comentário do senador Humberto Costa (PT-PE), que afirmou: “Se isso não incrimina o cidadão, incrimina o presidente e a família. Muito estranho”, que surtiu efeito e logo fez Trento informar que não tem relações com nenhum familiar de Bolsonaro e que os conhece somente publicamente ou por eventos. No questionamento sobre Ricardo Barros, ele informou não o conhecer.

No início, Danilo estava respondendo às perguntas normalmente, mas após se iniciar perguntas que envolveriam outros investigados, o depoente resolveu utilizar o direito de permanecer calado, o que me alguns momentos irritou os senadores, visto suas respostas repetidas, como se fosse um robô, o que levou o presidente da comissão Omar Aziz (PSD-AM) até cogitar lhe dar um gravador, para que ele não se cansasse em responder exatamente a mesma coisa em todas as perguntas.

- Gabriel Vitor

Com informações de: Portal G1 e Folha de São Paulo

Postado originalmente em https://www.solidariedade.org....

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